O árduo caminho para a fama

A competição é feroz na engrenagem que fornece novos atores à TV. Só a Rede Globo realiza 5.000 testes por ano em busca desses jovens talentosos. Mas bem poucos viram estrelas


Parte do elenco de Malhação, que começou nova temporada na segunda (9). Em pé: Felipe Galvão, Élida Muniz, Olívia Torres e Ricky Tavares; sentados na segunda fila: Murilo Couto e Mariana Molina; sentados na primeira fila: Giovana Echeverria, Cristiana Peres e William Barbier


O sonho dourado de milhares de jovens começa a tomar forma numa sala de 20 metros quadrados, com quatro refletores, dois monitores de vídeo e uma câmera. Ali, em um dos prédios do Projac, o complexo de estúdios da TV Globo instalado em Jacarepaguá, os aspirantes à fama gravam um texto de um minuto e meio de duração. São noventa segundos que podem decidir uma vida. Se algum diretor gostar da performance, o ator ou atriz principiante pode ganhar uma ponta em uma das novelas, iniciar uma carreira sólida, ter reconhecimento e, quem sabe, um dia virar uma celebridade do porte de Carolina Dieckmann ou de Thiago Lacerda, dois ídolos da nova geração. Na maior parte das vezes, porém, a ilusão do estrelato termina ali mesmo. Não raro, até antes. Todos os meses, milhares de candidatos preenchem formulários, são entrevistados e selecionados para gravar vídeos. São quase 5 000 testes por ano – poucos recebem algum retorno da emissora. É tanta gente que já existem mais de 14 000 nomes no banco de talentos da Globo. A maioria absoluta, de anônimos. "Antigamente, quando a profissão não era bem-vista, havia uma peneira natural", diz Mário Márcio Bandarra, diretor de Malhação. "Agora todo mundo quer ter na família um jogador de futebol e um ator."

Fonte: VEJA